Então, quer estar preparado, é?

Eu compreendo. E fico satisfeito! Os tempos que cruzamos não são de forma alguma tempos de tranquilidade. É verdade que o assim chamado progresso nos tem trazido algumas mudanças e se é verdade que muitas delas são benéficas à nossa espécie no curto prazo, também não será mentira que não podemos ter, no médio e longo prazo, certezas quanto a esse benefício.

Para além disto existem ameaças à nossa vida e propriedade bem como até aos nossos próprios modo de vida e culturas que nos têm acompanhado desde sempre e provavelmente continuarão.

Se por esta altura algo o fez despertar para a realidade, a realidade de que a protecção pessoal de cada um de nós e dos nossos mais próximos não deve ser deixada exclusivamente a cargo de terceiros e de que as chamadas Autoridades governamentais são primeiramente isso mesmo, para além de que são compostas por aqueles que são antes de mais, homens e mulheres como o resto de nós e apenas depois mais uma ferramenta que podemos ou não ter disponível na altura em que dela mais necessitamos, então, seja bem vindo!

Seja bem vindo a uma espécie de comunidade implícita, de cidadãos com um mindset que se baseia na realidade, por oposição àquilo que nos é “ensinado” e, não desinteressadamente, incutido.

E começamos bem! Acabados de chegar aqui, já temos na nossa posse a mais valiosa ferramenta do Prepper : a vontade!

Partindo do princípio muito provável de que não está a ser obrigado a ler isto, o interesse que o trouxe aqui é a chave do sucesso nesta empreitada. Importa aceitar que a Preparação é uma actividade permanente e infindável, o trabalho de uma vida, se quisermos dizer assim. Mas é um trabalho que tende a ficar mais facilitado pelo que vai sendo feito, pela nossa experiência e até pela eventual construção de uma comunidade específica e personalizada de indivíduos com mentalidade e capacidades similares e relevantes.

O mais importante poderá estar feito : tomar a decisão de nos tornarmos o mais independentes possível de terceiros e abraçar a responsabilidade pela nossa protecção e preparação.

E agora? O que fazemos a seguir?

Bom, se de alguma forma vos posso aconselhar, diria que não devem temer a palavra ” Prepper”. Traduzido do Inglês, significa “aquele que se prepara” e trata-se apenas de uma espécie de rótulo que já tendo sido usado por outros de forma pejorativa, é para mim, uma espécie de ferramenta também, que me ajuda a identificar pessoas com a mesma mentalidade, equipamentos e conhecimento que me possam eventualmente vir a ser úteis. Nada de que eu fuja à partida, portanto.

Esclarecido este ponto, o que o Prepper deve fazer de seguida e vou aqui tentar fugir aos termos demasiado técnicos, é um trabalho de, digamos, investigação e pesquisa.

E isto deve ser feito tanto a nível interior por cada um de nós como a nível externo, ao ambiente que nos rodeia. O homem molda o meio e o meio molda o homem. E é com base nisto que iniciamos este trabalho de preparação.Para nos ajudar, devemos colocar-nos algumas questões :

-Eu quero preparar-me para quê?

-Quais são as ameaças concretas ou percepcionadas à minha vida e à dos que me são mais próximos, à minha comunidade, ao meu modo de vida?

– À luz destas ameaças quais são as minhas maiores fraquezas?

– O que me preocupa mais no que a isto diz respeito?

Como já deve ter calculado, as respostas a estas perguntas podem variar, muito até, de pessoa para pessoa e cada caso é um caso mas quase todas se vão cruzar em determinado ponto a dada altura.

Pois bem, este deve ser o ponto de partida para esta vossa, nossa caminhada.

Façamos então este trabalho de casa e iniciemos um registo em forma de apontamentos, das conclusões a que chegámos.

Abordarei, em artigos futuros, os próximos passos. E reparem, já somos preppers e ainda não comprámos equipamento nenhum!

Nós não sabemos como será o amanhã, mas imaginamos… Prepara-te! ©

Ricardo Marreiros

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